Cartas ao Tempo
Escrevi cartas endereçadas ao tempo e as lancei engarrafadas ao mar... Talvez um dia o balé das ondas as leve ao rumo certo, onde o tempo há de aguardar.
Porque mesmo o tempo que passou, e aquele que chegará, ainda está - e já está - congelado nele mesmo, em algum lugar.
E se alguém porventura, antes disso, as encontrar, há de rir e de chorar o mesmo tanto, porque conhecerá as bobagens e os dramas que escrevi.
Mas, seja afogada em riso ou pranto, não caberá nela tamanho espanto, sabendo do que espero do porvir.