Desabafo
A mesma sensibilidade que me faz gostar,
Obriga-me a me afastar!
Gosto das pessoas, na maioria das vezes, de imediato.
Não tenho medo.
Deixo logo, claro, meu enredo.
Entrego-me primeiro.
Respeito.
Faço questão de acreditar,
De confiar.
Entretanto, mais cedo do que tarde,
O que em mim arde,
Ao não se ver respeitado,
Cultuado,
Acarinhado,
Manda-me de volta ao poético casulo.
Único pavimento que suporta o meu mundo.
Entristeço-me com a frieza das relações,
Com a leviandade das afetivas declarações...
Sem falar, na irresponsabilidade
Para com as amizades.
A negligência,
A inconsciência.
O que as tem regido é a conveniência
E não a transparência.
Na união afetiva desapareceu a cumplicidade
Para dar lugar à competição!
Fantástica devastação!!
Não se sabe o paradeiro da sinceridade.
Quando um parceiro decola,
O outro, por dentro, se atola.
As relações de trabalho
Escorregaram para um buraco.
Perdeu-se o compromisso com as afeições.
Só o que conta é a material ambição
E suas emocionais restrições.
Tétrica ilusão!
O capitalismo, literalmente, nos escravizou.
Holisticamente, nos limitou.
É um jogo feio, absurdo,
Falso, apodrecido e sujo.
Quando alguém aparece com uma nova equação,
Totalmente voltada para a humana evolução,
Em alguns setores, será até aplaudido;
Por muito poucos, ouvido.
... Por quase ninguém será seguido!
Evita-se a luminosidade,
Como se fosse o crack!!!
A convivência com a pureza,
Com o equilíbrio da natureza,
Mostrou-me uma existência,
Bem mais de acordo com a luminescência!
"Tão longe a alegria estava então"
https://www.youtube.com/watch?v=1Pr705zHAog