Poema inteligente, melhor nem ler!

A vida toda eu só quis ser compreendido,

Infância dura, pior ainda a adolescência,

Tornei-me adulto por obra da insistência,

Ah, seu eu apenas tivesse percebido...

Quanta tolice! Sorrirei daqui pra frente !

É infrutífero procurar dar satisfação

A quem não lê, mas já desgosta de antemão,

Rotulando a obra alheia: "demasiado inteligente" !

A questão não é, porém, de inteligência,

É tão-somente a preguiça de quem lê,

O que não sabe olhar, decerto não vê:

Miolos todos temos: o que falta é diligência !

No final das contas, até fiquei contente,

Não tinha notado o elogio ali escondido,

Que seja conveniente, recalcado e batido,

Não me ofende ser xingado de inteligente!