Libertação
Sentado no carro,
o poema na mão,
o horizonte nos olhos,
a alma na imensidão,
pensei num verso,
numa palavra,
peguei letras,
misturei a pontuações,
acentos
e
vivi.
Quando acabei,
ali
estava
um pedaço de mim:
minha consciência
esculpida em letras
finitas
para dizer ao poema
que a vida não
tem
versos,
mas linhas
e espaços.
*Texto selecionado para integrar o número 32 da Revista Gente de Palavra, de Porto Alegre-RS.