Descendo as Margens

Nas águas do rio eu vejo a vida,

Que escoa em sua correnteza,

Nas águas do rio eu vejo o brilho,

Inocência ofusca da beleza.

Descendo no rio sinto as águas,

Molhando meus pés e minhas mãos,

Abro os braços e sinto a leveza,

Sinto o vento na minha contramão.

Viajo na brisa e desato minha veste,

Recebo em meu peito a doce sensação,

Que a vida passa tão breve,

Que toda oportunidade merece atenção.

Subo a margem e me sinto maior,

Só não me sinto mais forte que o rio,

Pois a noite vem e encobre tudo,

E tudo é luto de um breve assovio.

Em mim corre as águas,

De um rio perene e manso,

Suas correntes me fazem ser assim,

Terno em quanto descanso.

Se meu olhar descer uma lágrima,

Não é lágrima e nem tristeza,

É meu rio mostrando ao sol,

O tamanho de sua grandeza!

Eu sou assim: sereno como as águas do rio,

e como olhar da criança que o admira!

SantosRine
Enviado por SantosRine em 07/05/2015
Código do texto: T5233421
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