DOCES TENTÁCULOS

DOCES TENTÁCULOS

O mar com suas ondas quebrando em melodia

Acenava-me para surfar

E o tilintar dos talheres dourados

Mostrava-me o mundo dos contrastes

Os extremos das cordas

Que se encontram em laços

Quando a paz instala

Reviravoltas nos meus braços

Curtos, muito curtos

E dentro de mim toda aquela distancia

E dentro de mim toda aquela vontade

De ir à dança...

E todas as artes cachoeirando-me em êxtase

E eu tonta... não tenho tantos dons!

Do, fá sol lá si,

O relógio dizia:

Cessa esse tocar

Já tens que ir

E agora o céu se fazia em tintas

E derramava galões em minha cabeça

E lá ia eu

toda colorida

para o baile preto e branco

das folhas de um livro

Chorava agora em pura emoção

Era a história comovente daquele autor

Que me tirava do chão...

E passando pela roda da ciranda

Também tive que brincar

pois brincar é não morrer...

E hoje cedo, até plantei uma árvore,

Uma não, duas,

E uma tinha o nome de “felicidade”

A outra era o “Pau Brasil”

Arre, não consigo ser uma

Precisava mesmo ser mil!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 05/05/2015
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