DICÓTOMO
Há pessoas que habitam meu imaginário.
Há também algumas não pessoas, e umas super pessoas.
Consigo me achegar e me afastar conforme meu humor
E meu amor. E meu ódio.
Carrego em mim, sim, ódio e amor.
Odeio com minhas parcas forças
E amo com as mais débeis.
Minhas entranhas se derretem e se fundem
Me sinto todo um só órgão.
Amo e odeio até com meu mindinho do pé esquerdo.
Mas amo. Isso importa.
Me faço odiar por isso.
Os imaginários, as super e as não pessoas.
São só pessoas.
As de verdade, terão um fim autônomo, preciso;
as de neurônios irão comigo, fenecer.
Amo muito mais as pessoas, decreto!
Mas sussurro, as odeio.
Com essa luta em meu corpórgão
Manquejo e maquio meu sorriso
com o pó de meu coração compacto.