?

O que fazer
Das lentas horas
Da sombra sonora
Do absurdo
Do sentimento agudo
Que rasga o espírito
O que fazer
Do grito
Do olhar perdido
Na sombra do vento
Do enquadramento
Da velha fotografia
O que fazer
Da inútil pauta
Da falta
Não sei do quê
Talvez de você
Da travessia
Do sentido
De ser
Do não ser
Da loucura
Que emoldura
A lucidez
O que fazer
Da solidez
Dos dias
Da lágrima escondida
Do não
Do sim
O que fazer
Da vida
O que fazer
De mim
?


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BUSCANDO 

Às horas tantas, perdidas,
depois da canseira da lida,
eu paro e me ponho a pensar. 

Não sei... talvez o luar,
me faz sonhar, me divida...
Busco a terra prometida. 

Por isso a procura incessante. 

Não desisto, um só instante.


(HLuna)