Mauriana
Se eu pudesse eu salvava Mauriana
Do seu sorriso cândido de desespero,
Do seu grito estridente em lampejos,
Que é encanto, quando sua voz desanda.
Um trago, um gole,
Antes do trabalho,
As dores findam,
No requebrado que ela anda.
E não chora, nem se zanga,
Sorri!
A doce ternura de existir enquanto sangra.
Ah! Se eu pudesse eu salvava Mauriana.
Morena, brava, pernambucana.
É mãe, mulher, e o que quiser,
Na desventura de viver,
O corpo inflama!
O desapego é o sossego que faz cama.
Na face de quem sofre e não reclama.
Ao meu olhar ela se esconde,
Ao meu sorrir ela me chama.
_Cuida, menina! Cuida!
Ah! Se eu pudesse eu salvava Mauriana!