Sem pensar ou pensando de mais! (Eu na gaiola)

Pois aqui estou

longe de mim e perto do que sou

vendo o que fui e imaginando o que serei

falando sem pensar e pensando no que falar

essa confusão dilata minhas mentes,

dilata as minhas faces.

Porque não ser um feliz? Porque não virar a cara?

Porque talvez eu seja eu, ou quase isso ou quase nada...

Entre os lados da moeda, eu sempre escolho o do meio

sempre em cima do muro, há sempre um receio

houve sempre, talvez sempre haverá

Será?

Essa gaiola em meu peito é justificável

sou fruto da horta e colho o que já foi plantado

colho prisão, miséria, apatia, pensamentos deploráveis

coisa aqui e ali inimagináveis, colho história

trajetória, romance, alegria, festa, tristeza,

companhia e solidão, colho vida, morte e sempre a prisão

(sempre me auto censurando, coisa de humano).

Colho eu? Talvez não! Sou eu? Acho que não!

Acho que...

Não sou o que sou e em verdade eu nem sei o que realmente sou.

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Homens pássaros

Na gaiola, pássaro sem asas, podem abrir a porta, não voarei, já cortaram minhas asas,

predadores me esperam lá fora, aqui dentro eles me buscam, nesse sistema de homens lobo, são todos loucos.

Fico aqui dentro?.. Ou arrisco sair, bater minhas asas cortadas, e ficar sendo louco para os loucos?

Enzo Pinho
Enviado por Enzo Pinho em 11/06/2007
Reeditado em 07/03/2008
Código do texto: T522188