Infinito Instante do Sentir
Amanheci em seus braços mansos, mimados e enigmáticos
Cuidando do meu corpo inchado de dor.
A dor é a única emoção que não sabe se esconder de olhos anormais.
Então, seus olhos vagaram nos meus por minutos destemidos.
Até pensei que queriam morar por ali mesmo, se enturmar com meus cílios.
Senti a sujidade da minha alma por não poder lhe merecer inteiramente.
Por estar à mercê de um outro, que por gosto, me sentia mais.
Seu toque tinha cheiro de terra molhada, suave, pós chuva de verão.
Se eu não escapei foi por causa do cheiro, que embriagou-me demais.
Como uma força convidativa, com jeito, para acalmar o meu coração.
Diminui a intensidade do desconhecido, que cobria meus sentidos de dúvidas.
Achei pré requisitos de amor fraternal!
Quando eu não ouvia nenhum questionamento, sentia.
E como sentia as palavras adentrarem meu coração racional.
E como queria navegar nas ondas sistemáticas do meu órgão maior.
Fios de massas suaves de alegrias me davam respaldo.
Entrei em sintonia com meu eu, e quis sentir. Ah, como senti!
E como que sendo puxada por uma realidade moribunda
A dor veio estremecer as minhas têmporas racionalizadas
Me esquivei, não quis mais sentir, isso era demais para mim.
Não poderia permitir que durasse, e aconteceu o que deveria.
Seus braços eram apenas braços superficialmente e vazios, no final
Pois no meu sentir não há outra forma, a não ser essa, fragmentada.