Sem Atalho
A riqueza, a juventude e o poder
São conquistas tão firmes quanto o pó,
São da ordem do "estar", não do "ser",
Elas vêm, vão embora e o deixam só.
A alegria e a euforia da paixão,
Supressão de um desejo, sem demora,
Deveriam ser a minha aspiração?
São afetos que vêm e vão embora...
E aquilo que alucina o pensamento,
Em fumo, comprimido ou agulhada,
Tão instável quanto é o próprio vento,
Logo se vai e dá lugar ao nada.
Então será que eu procuro sozinho
(Que sozinho não passo de paspalho)
Quando busco ser feliz num caminho
Que não deixa margem para um atalho.