O gosto das palavras
O gosto das palavras faz o saber fecundo, profundo.
O gosto das palavras faz o querer germinar
outras coisas no mundo. O gosto das palavras
faz o passado lançar lumens ao escuro do futuro
regado de presente inseguro.
O gosto das palavras faz o futuro
engravidar-se do hoje cujos
tempos-espaços regaçam
muros, removem e forjam
outros entulhos...
O gosto das palavras faz o mundo ser prenhe de devir. O gosto das palavras faz a força das gentes tanger, empurrar pra frente ou pra bem longe as estruturas de mentes doentes no ver, resignadas com o não ser, o não ter, o não poder que insistem em querer fazer morada aqui.
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio)