SUBJETIVIDADE DA VIDA
É possível uma breve reflexão
sobre a exaltação
do amor
que se apregoa dentro de mim.
E agora a linguagem cientifica e literária
se misturam num emaranhado de palavras
e o dicionário de sinônimos eu passo a usar
para ter uma definição solidária
para a invenção de se amar.
Como se dá a subjetividade do sujeito
que vive em um meio social
será que ele ama direito
ou para todos o amor é igual?
Compreende-se por subjetividade
a verdade, a maturidade e a capacidade
de ser de cada humano
em seu plano
em sua essência
na vivência
com o outro.
Confundem-se
Pressupõe dentro do meu coração
certa ingenuidade
para essa intensa compreensão
da amistosa verdade
que me aquieta, me aprisiona
e me liberta.
Me liberta da ignorância de não saber
mas me aprisiona pela constância em conhecer
Sou cobrada pelo que sou, pelo que busco entender
sou cobrada pela prisão da minha liberdade
Intensa subjetividade.
E o que diria Gonzaley Rey sobre a minha sociabilidade?
Eu mal sei falar em grupo
eu mal conheço minha verdade
tampouco se há uma verdade...
Eu fico pensando em Vygotsky
por quem realmente me apaixonei.
Será que existe um ser nessa sociedade
como esse maravilhoso pensador?
Para ele o ser
se percebe a partir do outro.
E o mais interessante de tudo isso
que torna minha essência em interrogação
é que há em mim vasta interrogação
para compreender assídua verdade
que dilacerá toda minha razão.
E o que diria Paulo Freire
o Pensador da educação
que nos diz que estamos em continuidade
que precisamos acreditar em nossa utopia.
Será isso mesmo a constante subjetividade?
O ser humano constrói sua subjetividade
vivendo sua história
construindo uma memória.
Uma loucura mista dentro do meu ser
e eu quero tão somente reviver
renascer
crescer
e um grito interno há dentro de mim
que logo vai se expandir
vai aparecer.
O grito da subjetividade
o grito da minha verdade
o grito da liberdade.
Aquela liberdade dita por Cecília Meireles:
"Liberdade, Liberdade
Liberdade ainda que seja tarde".
E por essa liberdade
meu ser subjetivo procura
procura nos escombros dessa escuridão
escuridão que será então esclarecida
pois há busca da própria vida
e da essência da luz.
A minha subjetividade
a lealdade do meu ser
o grito de guerra por entender a verdade
e a inquietação do meu viver
está prestes a explodir
minhas questões compreender.
Não mais terei medo da vida
Não mais terei medo da morte
não temerei mais a solidão
pois nada disso me atingirá
por que serei a subjetividade
carregada por essência
partindo de mim para o outro
e do outro para mim
e nessa inconstante aceleração de pensamento
chegará o momento
em que a subjetividade em mim
me dará o desejo enfim
de ser autora da minha história
autora do meu pensamento.
Sendo apenas
uma escritora
poetisa
feliz
criativa
essencialmente livre
e escrava do meu "eu"
um ser pensante.