EPÍLOGO DE MINHA EXISTÊNCIA
EPÍLOGO DA MINHA EXISTÊNCIA.
Eu que já tenho mais de sessenta
Caminho no epílogo de minha vida
Mas ainda tenho ímpeto fugaz
Para correr nas praias das ilusões
E mergulhar nas ondas da esperança
E quem sabe um dia já cansado
Encalharei na enseada do abandono.
No percurso de minha trajetória
Sempre corro o risco de ser atropelado
Por uma paixão fulminante
Mas paixão, não mata de colapso.
Tive a grata graça de nascer homem
Portanto, posso morrer maculado
Pois errar é inerente ao meu ser,
Nunca fiz vestibular para ir ao céu,
Não tive presunção de comer o pão divino,
Jamais pagarei pedágio para salvação,
Meu comportamento sempre foi e será
Escravo de minha consciência
E o que vier depois? Questionam-me.
Eu afirmo sem pestanejar,
É consequência de minha conduta.
Já errei, bebi, dancei e namorei,
Já me apaixonei, casei-me, emocionei-me e chorei;
Mas mesmo com a chancela do Gabeira
Nunca, jamais em tempo algum, eu fumei.
Nova Timboteua, 23 de abril de 2015.
Samuel Alencar da Silva.