Complexo libriano
Quando o sininho toca,
Já tô quase esquecendo do que não deveria esquecer.
Como aquelas verdades nuas e cruas que a gente insiste em não ver.
Já tô pra lá de Bagdad, fazendo planos, tecendo sonhos
Lembrando de coisas que nunca aconteceram
E que me fazem cair aos prantos.
Jogo pro lado de lá a imagem, quase uma miragem
Da velha amiga mal querida
Que tanto insiste em sua birra.
Aí fica aquela falta, vazando quase enxendo
Despejando desmedidamente enquanto se entope
E ainda sobra espaço pra um adendo.
Não é porque você acha que tem algum direito bem idiota mesmo sem ser convidado
Que eu aceite você aqui,
Fazendo pouco caso de mim.
Mas nessa vida, acostumei com esse quase,
Com essa quase certeza absoluta
Com esse talvez mais relativo que o tempo.
E mesmo tendo uma ideia do final
Prefiro aguardar pelo tal
E esperar que essa balança indevida
Penda por diferentes lados dessa tonta vida.