Nostalgia (A Vida em Movimento)

Estou pensando em ti em outra noite fria

Mais por costume do que por saudade

És nada mais que meu reflexo distorcido

E se eu ainda te desejo

É porque não conseguiu me livrar do mal dentro de mim

Tua ausência não é mais palpável

Embora o travesseiro permaneça intocado

Tua ausência não é mais motivo para lágrimas

Embora eu permaneça sozinha

Meu olhar vivaz procura sorrisos em outros lugares

E meu coração idiota vai seguir em frente do seu jeito letárgico

Afinal, não faz sentido me deixar triste por muito tempo

Se nunca foi capaz de, por muito tempo, me deixar feliz

Enquanto puxo o cobertor para mais perto

Penso em todas as montanhas-russas

Que subi e desci por sua causa

E em todas as experiências malucas

Em que me usou como cobaia

Posso ser uma mariposa bobinha

Sempre atraída para a mesma luz queimante

Mas não vou morrer, não vou morrer de amor

Posso ser uma assistente curiosa

Atraída insanamente pelo cientista maluco

Mas não deveria me deixar tão perto das agulhas

E as lembranças estarão lá, até o mundo acabar

Me fazendo sorrir, me fazendo odiar

Fantasmas não podem ser enterrados

Atravessam paredes e não marcam hora

Talvez eu nunca me livre de você

Mas esse é só outro aprendizado

Em um quadro-negro cheio de rabiscos em giz

Talvez eu sempre sinta seu perfume quando o vento soprar

Mas essa é só outra memória

Num baú que qualquer dia desses de perderá num canto

Talvez eu nunca encontre um beijo com seu gosto

Mas esse é só um pequeno aperitivo

Em um mundo de sabores

E talvez, talvez o seu sorriso

Fique para sempre gravado nesta terra

Mas acho que esqueci de te dizer

Que já aprendi a voar...