AGORA

O meu futuro...?
É esse quintal sem muro,
De estradas, cachoeiras, de montanhas,
É o olhar irresoluto, o fruto maduro,
É a brisa que me magnetiza, me amanha.

O meu futuro...?
É o papel que eu rasuro,
Com a simplicidade da poesia,
É respirar o ar ainda puro,
Me integrar à sideral harmonia.

O meu futuro...?
É o amor concreto, seguro,
De alguém que me ama além do que mereço,
É retirar do rum algum monturo,
E me lançar na aventura, pagar o preço.

O meu futuro...?
Não, eu não procuro,
Pertence à improvável aurora,
É algo misterioso, obscuro,
Por isso, me oferto intensamente ao agora.

Faço dele o meu conivente,
E vivo e sou e voo... já, presentemente.