Pelo amor de Deus
Aquelas sombras gritam...
Pó e pão,
véus sem vergonha,
vergonha de viver.
As sombras fitam os olhos de outrem
como quem procura por luz,
andam às soltas e bêbadas
pelo estalar dos dedos e dos projéteis,
fingem-se de vivas pela ausência
do que possa parecer humano.
As sombras falam..
Ininteligíveis ou mal interpretadas,
falam aos montes pelo sangue e pelo vinho,
pelos filhos que não nasceram,
falam pelos destroços e pelos corpos
abandonados na terra...
ao pó voltarás?
As sombras tornam às sombras.
As sombras calam...
Perdem a cabeça e a honra,
assistem o espetáculo funesto
à porta dos templos,
à porta dos fundos.
As sombras têm nome
e caso Alá queira vingar-lhes,
estaremos aqui,
cientes do caos,
pelo amor de Deus.
(Às vítimas da neocolonização ora representada por esse "algo"
que a mídia chama de Estado Islâmico).