Pelo amor de Deus

Aquelas sombras gritam...

Pó e pão,

véus sem vergonha,

vergonha de viver.

As sombras fitam os olhos de outrem

como quem procura por luz,

andam às soltas e bêbadas

pelo estalar dos dedos e dos projéteis,

fingem-se de vivas pela ausência

do que possa parecer humano.

As sombras falam..

Ininteligíveis ou mal interpretadas,

falam aos montes pelo sangue e pelo vinho,

pelos filhos que não nasceram,

falam pelos destroços e pelos corpos

abandonados na terra...

ao pó voltarás?

As sombras tornam às sombras.

As sombras calam...

Perdem a cabeça e a honra,

assistem o espetáculo funesto

à porta dos templos,

à porta dos fundos.

As sombras têm nome

e caso Alá queira vingar-lhes,

estaremos aqui,

cientes do caos,

pelo amor de Deus.

(Às vítimas da neocolonização ora representada por esse "algo"

que a mídia chama de Estado Islâmico).

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 10/04/2015
Código do texto: T5201817
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.