O espírito moderno

Sobre a vontade deitou-se um manto,

Cobrindo estes olhos esbugalhados.

Tal qual procissão de gatos malhados,

No passo fúnebre que sepulta um santo.

No fluir da salgada água,

Que do globo ocular se derruba ao fraque,

A bestial criatura enferma, comunga

Na ébria e benta água do conhaque.

O humaníssimo calafrio,

Mediante o hediondo;

Lembra-me por que

Sob o lençol me escondo!

No pavor abismal de uma vida proscrita

A alma penosa que se estica e se estira;

Apanha sempre luz e justeza,

De mentira em mentira.