Fresta

Da janela ela via, a luz que a cegava.

Apoiada no parapeito, era ela e mais nada.

Da janela ela ouvia, o som que a ensurdecia.

Apoiada no parapeito, era ela e a melancolia.

Da janela ela sentia, a brisa que a esfriava.

Apoiada no parapeito, ela ela e mais nada.

Da janela ela sentiu, o fio da vida ser cortado;

E no parapeito, não estava mais apoiada.

Nadine Borges
Enviado por Nadine Borges em 25/03/2015
Código do texto: T5182681
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