Poema III

Àqueles a quem a vida é única flor

Esperar para viver é também morrer. Pois

De nada serve uma viagem a quem viaja a correr

E é sangue a rosa nascia em meio ao fragor.

São os moribundos que esperam por sorte

E céticos que enlouquecem por nexo;

Jovens que anseiam por sexo

E velhos que esperam a morte.

Quem sabe um dia, quem sabe quando

Haverá pesca quando o vento soprar o norte

Assim que a cidade mostrar o encanto

Quando o suor der mais que pranto

No tempo em que a dor o tornar mais forte.

Qual fase é a certa à felicidade

A que estamos ou a que esperamos

Será utopia a melhor idade

Ou sequer vivemos o passar dos anos?

Um dia, um emprego, a responsabilidade

Pouca infelicidade que nos torna insanos

E àqueles que não vivem o dia,

O viver é cheio deles,

E não há uma idade, momento ou condição;

Para ser feliz, há uma vida. Esta vida.

Nossa chance de alcançarmos a felicidade

É suficiente sopro de vida a nossa gratidão.

Daniel Reis
Enviado por Daniel Reis em 22/03/2015
Reeditado em 05/10/2015
Código do texto: T5178806
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