QUANTA SAUDADE
Ah... Quanta saudade
Fecunda em meu coração...
Os cantos nas alvoradas
As atrações das chapadas
As moças nas madrugadas
As danças mais engraçadas
E o encanto d’um violão...
Ah... Quanta saudade
D’um tempo que já se foi...
Da velha casa na roça
Da luta, a gruta, a carroça
Das belas damas na fossa
Da tulha, a bica, a palhoça
Do velho carro de boi...
Das águas das cachoeiras
Atravessando as cidades
Dilacerando as barreiras
Num ato de cumplicidade...
Dos gaviões no terreiro
Na busca por sobrevivência
E do velho gato guerreiro
A implorar por clemência...
Ah... Quanta saudade
Da era que volta jamais...
Das feras do rock’in roll
Tocando em alto astral
Das velas, dos velhos corais
Do samba e do carnaval...
Do sonho solto, a ilusão
Do clero, o porto e o cais
Da turva chuva e a razão
E dos dias mais naturais...
Ah... Quanta saudade
Do tempo que não volta mais!
Autor: Valter Pio dos Santos
18/Mar/2015