COLETIVO DOS SONHOS (ou dos medos)
Nos meus próprios poucos sonhos
Já não sei mais o que sou ou era,
Parece-me que vivo uma outra vida
numa outra realidade sendo jogado
em um barco com passagem só de ida .
Nos meus sonhos eu velejava
Junto ao barqueiro Coronte,
Preso por uma corrente
que aos olhos eram veladas
Eles ficavam presos aos montes
de ossos,suor,doenças e sangue
Nos meus sonhos ...
Eles não eram bem sonhos,
Na verdade nem meus eles eram !
Estavam mais para uma certa realidade
Que de tao aflita,eu negava
Não parecia nem um pouco com a verdade
Durante um segundo de lucidez
Quando achei eu que despertei
Conseguia ouvir uma voz longínqua
Que me dizia para ter paciência
E que não me jogasse
Nessas águas fundas e tão frias
Porque o guardado la ninguém sabia ...