Águas rasas
Nado no nada de um pensamento que vaga
Num turbilhão de instantes que assombram
Essa minha visão analítica de tudo, estraga
Os versos que deveriam alegrar mas sobram
Um nada e nado dentro do pensamento mudo
Que cala o verbo, me deixa quieta num canto
Empobrece a rima, e entristece o meu mundo
E vago entre as palavras nesse doce recanto
Que sempre me encanta, mesmo que vá, volto
Marcando em poesia o que a alma emaranhada
Tenta desfazer em nós poéticos no poetar solto
Mas vago, nado raso, com a face envergonhada.