Flor, não murches!
Chora a flor
sem seus apetrechos,
chora pervertida pelos modos de cão
dos seus amantes.
Chora em silêncio, no resfolgar da madrugada,
calada na noite, útero e sangue,
mãe e
remanesce.
Chora a flor
de tanta dor,
engana os sentidos
por falta de bom senso,
jura por Deus
sem saber quem é quem.
Canta a flor desesperada,
clama por almas e vagões,
deseja viagens,
matrimônio e sal,
para retroagir às poesias de outrora.
Flor, não chores.
Flor, não murches!
Flor,
és angelical
e a tempestade
é água somente.