Flor, não murches!

Chora a flor

sem seus apetrechos,

chora pervertida pelos modos de cão

dos seus amantes.

Chora em silêncio, no resfolgar da madrugada,

calada na noite, útero e sangue,

mãe e

remanesce.

Chora a flor

de tanta dor,

engana os sentidos

por falta de bom senso,

jura por Deus

sem saber quem é quem.

Canta a flor desesperada,

clama por almas e vagões,

deseja viagens,

matrimônio e sal,

para retroagir às poesias de outrora.

Flor, não chores.

Flor, não murches!

Flor,

és angelical

e a tempestade

é água somente.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 10/03/2015
Código do texto: T5165055
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