Não Pares!
De me que serve a saudade
de ser alguém que não fui?
Que faz crescer a nostalgia
senão a pena de sentir distância?
Porque olhar para trás se o tempo não torna
nunca jamais ao ponto de partida?
Sou barco, não cais.
Entendi a minha voz:
era de vento e de água
de ar e de luz
Dizia:
Não pares!
9/4/2003