Desalegria, desalegria
Vou ao vento
com documento
senão me prendem.
No sol de fevereiro
vou passando pelos postos sem gasolina,
pelos mercados sem trigo,
pelas livrarias e bibliotecas vazias.
Ah, o que é isso, “livro?”
Não tenho alegria nem preguiça.
Tenho angustias imensas
(típico de quem pensa)
e vontade de fazer tanta coisa,
como dar uma volta ao mundo
fazendo-o girar, qual uma bola
pra ver se desatola.
Não há mais Cardinales bonitas,
e Brigitte Bardot sabe o que faz
quando prefere lutar pelos animais.
Sem fuzil, sem smart phone
a vida ainda na esperança.
Mas é só no coração do Brasil
que ainda há muita festança!
Só queremos seguir vivendo
... em paz! - Por que não?
(P.S. só uma brincadeira-paráfrase com "Alegria, Alegria" de Caetano Veloso)