Aquele Último Poema

"Você escreveu ele para mim?"

Ela pergunta.

"Porque se escreveu, me fez chorar um pouco.

Não quero que você vá embora."

Dou atenção a pergunta, penso a respeito uma ou duas vezes,

ensaio uma ou duas respostas e,

no fim das contas, nada respondo.

Depois de todos esses anos escrevendo,

aprendi que é melhor deixar no ar.

É sempre assim. Fato.

Elas entram na sua vida,

leem seus poemas,

passam a fazer parte de um ou dois,

e então se apropriam do significado de todos eles.

"Aquele último, pode não ter sido para mim,

mas não quero que me deixe."

Aqueles que me conhecem sabem que meus poemas

são escritos para apenas uma pessoa:

Eu mesmo.

Sou meu maior fã

e meu mais mordaz

crítico.

Veja, não é nada demais

estou apenas desabafando,

estou apenas desabando,

as inspirações (e decepções)

nestes poemas soltos e

sem grandes pretensões.

Não é o melhor

exercício da arte,

não é uma escrita

criativa,

e talvez deva ser encarada

apenas como a expressão

de um homem cansado de sua rotina,

e

amargo

em

seu

coração.

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 01/03/2015
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T5153938
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