Vida que seca

Em meio ao verde ela padece.
Sua casca revela o peso da idade.
Retorcida pelas intempéries do tempo,
seu posto, marca a história das vaidades.

Foi semente ou muda um dia;
quem a plantou não a contempla mais.
fincada em terra por raízes de vida,
não seca, não grita
mas rege o tempo com um silêncio de paz.

O contraste do velho em meio ao novo,
nos recorda nosso tempo de ouro.
Tinha folhas, como tínhamos idade;
tinha beleza, como um dia tivemos vida.

Se o tempo a corroeu, hoje corrói também,
a nossa alma enfraquecida que seca na lida.
Mas sua beleza aponto para cima
onde o azul é eterno e ainda tem vida.

Quando tombar essa árvore
que tombemos como medida,
de um tempo que foi um marco na vida.
Vida que seca, que grita...
vida de pó, advinda da madeira retorcida.

Foto by Fábio Costa