NO TEMPO DOS SEGREDOS

Foram gastas

todas as palavras meu amor

E o que ficou,

não basta

para acender um coração escondido

num quarto escuro

sim, solitário.

Esgotou-se tudo

tudo menos esse intérmino silêncio.

Cansaram-se essas mãos

e a força de escrever-te versos

Cansou-se o relógio

em suas horas ivoluveis

de esperanças inúteis.

Procuro qualquer coisa

entre os dias

para satisfazer-me

mas nada encontro

Lembro-me que antes

tinha tanto para lhe oferecer,

era como se o mundo fosse meu

então tudo era seu também.

Certa vez disse-me,

com o mais vibrante castanhos nos olhos,

que eu era um homem incrível.

E eu acreditei,

acreditei

porque sua voz soava

como a verdade absoluta

de um canto celestial!

Isso era no tempo dos mistérios

e dos segredos de nós dois.

Na época em que eras de fato um anjo

e eu um homem maravilhoso.

Mas hoje sou apenas um cara comum e que amou.

É pouco, mas é a verdade,

é o que sou.

Um cara qualquer

sem pretensões e perdido

como todos os outros.

As palavras que expresso hoje

já não tem o mesmo encanto.

Quando agora digo em silêncio: eu te amo

não acontece coisa alguma,

absolutamente nada.

Muito embora, na época dos mistérios e segredos de nós,

antes de tudo se perder,

tenho a lembraça vivaz

que o universo todo estremecia

só de ao menos citar teu nome

no silêncio daquelas tardes.

Não nos conhecemos mas,

não temos nada para oferecer um ao outro.

Dentro dos teus misteriosos olhos tristes e castanhos,

já não existe nada que me peça ajuda.

É inútil pensar no passado

ou em como seria o futuro de nós dois.

Viver o presente sem pressa

um dia de cada vez,

isso é tudo que posso lhe dizer

no más, as palavras estão gastas

não fazem o mesmo sentido de antes.

Adeus.

Tomb
Enviado por Tomb em 26/02/2015
Reeditado em 26/02/2015
Código do texto: T5150513
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