Sobras*
****
debruço sobre a vida
vendo o tempo passar
pressinto seu encanto
me sentindo envolvida
a cabeça em ondas
quebra-se em devaneios
apanha-me numa teia
de visões e ruídos
que viventes no fundo de mim
estremecem o coração
nessa tortura
entre o pouco tempo e a pouca vida
a seiva, no instante da dor
derrama-se sobre o rosto
alimentando a desolação
do que sobrou de mim.
****
Alzira Paiva Tavares
Olinda 21/02/2015