Lapsos

O que tenho não sei, nunca contei,

Ignoro, se a soma é módica, ou alta;

Mas, quantas vezes, já me deparei,

Com a larga lacuna do quê me falta...

Julguem os juízes sob pretas togas,

Não me ocupo, vá que carência doa!

Mas, faltou burrice para usar drogas,

E precaução, pois, confio em pessoas...

Quiçá, minha participação no mundo,

Se restrinja a esse espaço bem crítico;

Sem ter tempo para ser vagabundo,

Nem, cara de pau para ser um político...

Vejo vazios olhando pra qualquer lado,

Meu não ter, pois, é muito espaçoso;

Falta paciência pra tolerar ao safado,

Também não tenho saco pra mentiroso...

Graças a Deus, não há lacuna na mesa,

Pra forrar estômago sempre tem o quê;

Mas, na cama, confesso, alva princesa,

ainda deita um enorme, vazio de você...