Autópsia do ceifeiro
Meus pequenos versos de padecimento (O fim)
Alma já obscura de tanto amargar (Olhos cessados)
Em minha sepultura a desventura (Óbito)
Em meu epitáfio somente a morte (Necropsia).
Melancólico é ver essas rosas murchas (Sem sangue)
Corvos a audiência de meu epílogo (Coagulado)
A morte não rima é álgida e irrefutável (Desespero)
Meus únicos aliados esses vermes detestáveis (Ódio)
Minha única canção eles comendo minha carne (Minha dança)
(Que belo baile!)
Minha eternidade, a morte (Meu ceifeiro).