Salão Vazio
A luz volta nas minas.
Prostitutas voltam a ser
prendadas meninas.
Nas florestas as clareiras
lenhadores
cortam lentamente madeiras.
O salão vazio
se enche de ventos,
memórias,
breves momentos.
Brahms tocando sem parar,
mulheres escutando
sem se cansar.
Eu as admirando
com brutais rabiscos
as desenhando.
Isso era o paraíso,
sem contar
que já não encontrava mais
medo de amar.
Bêbados aloprados cantado
felizes, amassados cigarros fumando.
Isso que acabara de ver
é nada mais nada menos
que um fodendo amanhecer.