Sussurros poéticos
Na quietude do meu coração, escrevo...
Poeto sobre tantas coisas, até o que não devo,
Reviro sentimentos, mascaro outros, mas tento,
Prosseguir, sem guardar a poesia, o meu alento.
Mas a vida é lenta, quase um desarranjo, sem nota,
Sem canção que embala, segue sem ritmo, com medo;
Mas com a poesia, tento matar a sede, gota a gota,
Minha prece repetida, com e sem sentido, sem segredos.
Vai marcando o passo, repetindo os traços da memória,
Revivendo um passado, perdido em poesia, acabrunhado;
Que me olha de lado, desconfiado, louco pra ser revelado,
E na manhã fria de fevereiro, se revela em mais uma poesia.
Perdida na contagem do tempo, tantas, tontas, voltas santas,
Guardadas em pastas, em gavetas esquecidas, e até no coração;
As mais especiais, que nunca foram escritas, mas com inspiração,
Recitadas pelos lábios, voz em surdina, como sussurros numa oração.