MAQUINAL
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Quando muito peço espaços melhores para povoar
Quando muito peço pessoas melhores para amar
Quando muito peço alegorias melhores para trajar
Quando muito peço olhares melhores para trocar
Quando muito peço vontades melhores para desejar
Quando muito peço cuidados melhores para zelar
Quando muito peço memórias melhores para guardar
Nesse muito me esmoreço acabo em pouco e sigo pelos espaços
Nesse muito me entonteço em pouco e sigo pelas pessoas
Nesse muito me enobreço em pouco e sigo pelas alegorias
Nesse muito me enterneço em pouco e sigo pelos olhares
Nesse muito me entardeço em pouco e sigo pelas vontades
Nesse muito me enluteço em pouco e sigo pelos cuidados
Nesse muito me emudeço em pouco e sigo pelas memórias
Quem há de julgar-me se não pela escassez desses espaços desnudos?
Quem há de alimentar-me se não pela tepidez dessas pessoas carnudas ?
Quem há de amar-me se não pela liquidez dessas alegorias felpudas ?
Quem há de juntar-me se não pela insensatez desses olhares pseudos ?
Quem há de calar-me se não pela honradez dessas vontades parrudas ?
Quem há de abrandar-me se não pela desfaçatez desses cuidado agudos ?
Quem há de apagar-me se não pela intrepidez dessas memórias sisudas ?