Sem ilusões
A manhã de verão ainda foi fria...
Trouxe no olhar, um resto de poesia,
Deixou um certo brilho, uma calmaria;
Visitou o silêncio, e o verbo que calaria.
Aquietando os sentidos, assim viveria...
Guardando as rimas, não mais poetaria,
Mas grita mais alto essa sina, e absorveria;
O tempo, o vento, as nuvens e até a maresia.
Mudam as estações, vai a noite, vem o dia...
Corre das ilusões, vive, esquece da covardia,
Solta as palavras nas rimas dessa travessia;
Cuidando das sementes que o vento espalharia.