O Poema Sem Rimas
O infinito é um espelho
E quebra-se em incontáveis pedaços de ilusões.
O eterno se rompe em cacos de realidade.
O combustível melancolia é o único capaz
De mover as engrenagens
Da máquina coração.
Versos de amor
Lidos de trás para frente
Com uma voz engasgada, familiar,
Soluço que sobe do fundo da alma encardida
E se perde no branco dos dentes.
Murmúrios sem rumo
Na penumbra de um relógio atrasado.
Sonhos esquecidos, vãos desejos
E abraços pendentes.
Em um mundo de ódio
O que nos resta fazer
É amar,
Amar do verbo viver
Amo do verbo sofrer.