Amantes e cinzas

Rompe toda a aurora no meu peito

e os amores dançam bêbados o carnaval.

Saímos pelas esquinas,

tentamos traduzir toda a festa

com a agudez dos nossos sermões.

Rompe toda a euforia cá no peito

e nosso amor é embalado pelas modas do carnaval.

Saímos de cena,

pagamos as contas,

juramos por tudo, a plenos pulmões,

e, por uma força sobrenatural

viramos as costas ao que é efêmero e atômico.

Não temos pretensões de ser eternos.

Não temos tanto amor assim nos lábios.

Não somos, porventura, feitos um para o outro!

No mais,

amantes e cinzas.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 02/02/2015
Código do texto: T5123606
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