Amantes e cinzas
Rompe toda a aurora no meu peito
e os amores dançam bêbados o carnaval.
Saímos pelas esquinas,
tentamos traduzir toda a festa
com a agudez dos nossos sermões.
Rompe toda a euforia cá no peito
e nosso amor é embalado pelas modas do carnaval.
Saímos de cena,
pagamos as contas,
juramos por tudo, a plenos pulmões,
e, por uma força sobrenatural
viramos as costas ao que é efêmero e atômico.
Não temos pretensões de ser eternos.
Não temos tanto amor assim nos lábios.
Não somos, porventura, feitos um para o outro!
No mais,
amantes e cinzas.