A PENA PELA PONTA DA PENA
Flores mortas, murchas e secas
Contrariaram os dedos da contradição
Que ecoaram vozes e as calaram
Atravessando os portais da alucinação
Descartes
Par um desejo sem artes
Que apontas a pena pelas pontas da pena
Como arco-íris sem cores
Sem sintonia sem força de expressão
Ofendido exposto às pedras ocultas
Tal qual um elo sem ligação nem partido
Numa era sem sorte contra outra estação
Aludida... sobre as feridas desse chão
Como pássaros em revoada
Meio a um tom acinzentado de nuvens
Quão os olhos confusos
Sobre as dores de ombros em lástimas
Que assim seguem por ruas estreitas
Sem operar, atuar ou agir
Sem rumo e nem direção
Sobre a poeira da contramão
Como os ventos que viajam em vão
E sob as solas destes pés
Quantas ervas, rosas e espinhos
Morrerão ao compasso do espaço do tempo
Pelas trevas desses caminhos
Dos de pensamentos profundos
De tantos passos refeitos
Que nunca perfeitos serão
Por ferir as honras do mundo
Com seus misteriosos segredos
Quimeras e ou fantasias
Frações de fragmentos de desejos
Que se dobram por trás das covardias!
Autor: Valter Pio dos Santos
27/Jan/2015