Lápis Branco
Os traços sutis de um lápis branco
Preenchem muito mais do que uma mente branca.
Preenchem os vazios onde não há esperança
E as lembranças e o templo de pranto.
Os traços anis, carmins, lilases
Suavizam-se no opaco cor-de-nada
E na busca pelo tom perfeito, na caçada,
O que importa é a chegada, as pazes.
Luz e sombras, sintoniza o rabisco antigo.
É amigo dos pormenores, dos meio-tons.
Ele ama o que é mau e o que é bom.
Ele não tem inimigos.
Ele é um eterno retorno
É medida, é paladar.
De tudo que é belo, tudo que há
Entre as sombras
E o entorno.
É tudo o que sobra,
É tudo que não é
E não sendo, eterno é
A mais perfeita obra.