Rédeas à mão

Não me passem as chaves dessa jaula

Não retirem os painéis desse cenário

Não iluminem o que não quero ver

Calem o alarido realista que eu quero sonhar

Essas chaves só abrem certas portas

Atrás dos painéis deve haver outros

Essa luz tem um matiz que distorcerá o prisma

E esse alarido certamente é por nada

No meu sonho

Planejo escancarar

Derreter as grades

Quebrar quantos seja os sucessivos painéis

A minha luz

Será tão clara que só nos sonhos acenderão

E o silêncio

Será tão contundente que calarão as inverdades