APOCALIPSE
Alguma doce canção toca ao fundo
Isso é tudo, para esse mundo destruído
Um corpo debilitado, frágil como a brisa da tarde
Espargindo seu funesto reinado, inclinado ao esquecimento
Até que pássaros de ferro, que enganam as nuvens
Passem no alto, como estrelas em meio ao dia
Um brilho distante, uma aliança invisível com a próxima tentativa
Por que existe algo lá... Existe alguém depois da imensidão dessas terras
Algum deus logo forjaria o próprio apocalipse
Caso lhe faltasse o que me falta em sua falta
A apoteótica sensação de vazio, encarnada na liberdade
Essa fatia de solidão vendida nos refrãos de tantas mentiras
Até que algum pingo de infinito caia sobre a imensidão caótica de minha alma
Até que esses símbolos infinitesimais me abracem na ausência de toda presença
Um ar gelado, rarefeito, tardio e emblemático
Trazendo em si toda negação que gera aquiescência