Manufatura
É intrínseco: de tão feio teu vazio
Por que não me respondes, poema?
Eu que hoje – sempre – te cuido
Faço a massa, levo ao fogo, esfrio...
E tu voltas sempre mais duro
Insensível com a veracidade pela
Qual eu falo da minha estadia
Neste utópico mundo que idealizo
Não, eu não quero ouvir teus versos
Já me sinto não eu na terceira
Ou quarta palavra: pau, porto
Paris, peixe, porcos, piolhos
Pois quando de ti me vem saudade
Poema, eu leio os outros
Para encontrar uma palavrinha só
Que te faça um pouco meu