Quando fazíamos parte um do outro.
Brasas e vento,
oco e restos de comida...
Há muito de nós naquele campo.
Quando desejávamos às estrelas um amor qualquer,
quando despejávamos sobre a relva sêmen e verossimilhança,
quando, de vez em quando, tratávamos de ser altruístas
sabendo que a hora é amiga da desonestidade.
Brasas e noites,
violão e coração compungido...
Há muito de nós naquela praça.
Quando entoávamos, ébrios, acidentes musicais
para evitar nossas dores,
quando planejávamos crianças,
mas as crianças insistiam em morar em nós,
quando, pela ausência do que é divino, ajoelhávamos
deuses e pedras.
Há muito de nós naquela cama.
Há muito de nós nas reminiscências.
Quando fazíamos parte um do outro.