Diagnóstico
Esse lapso, não sei bem, de quê,
Acossa a alma como assombro;
Tá certo, não busquei o porquê,
E está escuro qual vidro fumê,
Provavelmente, falta de ombro...
Essa solicitude terna e infantil,
anseio de pegar qual raiz ao solo;
não apequena ao porte varonil,
vai passar, é só um dengo pueril,
com certeza é carência de colo...
esse espaçoso existenciário vazio,
circo sem plateia, inútil tal lona;
é um flanco aberto para o frio,
que o exército do inverno já viu,
seguramente é por falta de dona...
esses vãos devaneios a rodear,
flutuando como o vento impele;
o ser bipartido em duplo lugar,
tatuando carinhos tantos no ar,
são o quê, se não, falta de pele?
A tensão que afeta até o humor,
A ponto de uns buscarem nexo;
Porquê esse excesso de ardor?
Pimenta demais alterando sabor,
Quiçá, são as cobranças por sexo?
Ombro, colo, dona, pele e sexo,
Lapso amplo; colapso, como se vê;
Analisando, o problema é complexo,
Mas, envio um diagnóstico anexo,
Que a cura para tudo isso, é você...