O Antônimo do Mundo
Muda o mundo
E em mim nada muda
O mundo de palavras inunda
E eu permaneço mudo
Se nesse mundo surdo
Eu escuto ainda
E meu mundo começa onde o dos outros finda
Sou o antônimo do mundo
Pois me nego a como ele ser imundo
Gira o mundo
E tudo muda continuamente de lugar
Mas eu permaneço um inerte moribundo
Pois me nego a mudar
Se se move o mundo
E permaneço no mesmo lugar
Mesmo assim estou em movimento no universo estelar
E se o que escrevo digo sem falar
Qual o problema de permanecer mudo
Nesse mundo de fala vulgar?
Pois descobri o dom das palavras escritas:
Dizer o que se quer sem com isso a beleza do silêncio quebrar!