A RÉSTIA QUE RESTA É O RESTO DO ROSTO QUE RI - RE POETIZANDO COM MARLY
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REPOETIZANDO:
(1) ouso contemplar rios que sangra goteira
(2) naquilo que de pensar torna - se olheira
(3) nos olhos inertes, ressecada brincadeira
(4) nem mesmo o resistir fortalece barreira
(5) nessa aquosa espera à terra derradeira
(6) grão aguardava em cova feito trincheira
(7) rebentar de sua vida em data vindoura
(8) preciosa esperança da semente ausente de germinar
(9) habilidosa mão daquele que ara desejoso do verdejar
(10) conscienciosa força humana que crendo nessa capinar
(11) minuciosa força e fé nas irmãs águas por se aguardar
(12) teimosa que é saberá germinar terra e vida desvelar
(13) orgulhosa por ser útero fértil com o rebento a esperar
(14) atenciosa por sim, conter toda a esperança do brotar
(15) haverá pois, algo além da forte e necessária esperança?
(16) conterá pois, entre os homens essa tal urgente aliança?
(17) proverá pois, nessa escassez vital alma de temperança?
(18) descontará pois, a terra os inocentes na sua cobrança?
(19) despedirá pois, todos da luta vivencial em segurança?
(20) porá pois , Deus seus filhos em sua melhor lembrança?
(21) despertará pois, os nada inocentes da sua vil lambança?
Roberta Lessa
TEXTO ORIGINAL: Insanidade
_ Ana Marly De Oliveira Jacobino
(1) Réstia do sol entra pelos buracos
(2) da telha de plástico
(4) amarela, ressecada
(5) toda furada assim,
(6) por uma chuva de pedras,
(7) época em que as nuvens passeavam
(8) por estes céus carregando água!
(9) Hoje, indecisas... procuram outras
(10) paisagens mais verdejantes
(11) para lançar sua alegria.
(12) Ah! O homem nem imagina
(13) que a nuvem sabe das suas demências
(14) lá do alto, observa a rotina
(15) nossa de cada dia!
(16) Lá de cima observa cada árvore
(17) caída ao chão!
(18) Ele nem imagina
(17) a secura brotando nos lábios
(20) partidos da terra,
(21) vai secar sua carne