SOBRE BARULHOS, BUGALHOS E BAGULHOS - ROBERTA LESSA

Há seres do barulho: pleiteando vocal espaço sem atados alicerces.

Há seres do bugalho: pleiteando vocal espaço sem atados enlaces.

Há seres do bagulho: pleiteando vocal espaço sem atados entorses.

Há vida no barulho: reinventando no urro a sede do buscar;

Há vida no bugalho: reinventando no urro a sede do cantar.

Há vida no bagulho: reinventando no urro a sede do imaginar.

Há pulso no barulho: retorcendo-se em dança frenética com a poética.

Há pulso no bugalho: retorcendo-se em dança frenética com a estética;

Há pulso no bagulho: retorcendo-se em dança frenética com a fonética.

Há penar no barulho: entristecendo a arte e fortalecendo o sentir da luta.

Há penar no bugalho: entristecendo a arte e fortalecendo o sentir da lata.

Há penar no bagulho: entristecendo a arte e fortalecendo o sentir da falta.

Há barato no barulho: alegrando a face de quem resiste à saudade.

Há barato no bugalho: alegrando a face de quem resiste à maldade.

Há barato no bagulho: alegrando a face de quem resiste à idade.

Há distancia no barulho: discriminando mãos calejadas de saberes.

Há distancia no bugalho: discriminando mãos calejadas de altares.

Há distancia no bagulho: discriminando mãos calejadas de pensares.

Há esperança no barulho: anoitecendo o lacônico sorrir desesperador.

Há esperança no bugalho: anoitecendo o lacônico sorrir desencorajador.

Há esperança no bagulho: anoitecendo o lacônico sorrir enganador.

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 12/12/2014
Código do texto: T5066857
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